Na última terça-feira, a Brainbox Design Estratégico promoveu o “Fora da Caixa – Tendências do Varejo Mundial: NRF e Globalshop”. O encontro, que reuniu cerca de 200 pessoas no Cinemark do Shopping Mueller, foi conduzido pelo designer e diretor-presidente da Brainbox (empresa do Grupo OM Comunicação Integrada), Zeh Henrique Rodrigues. Em uma palestra descontraída, ele apresentou as principais tendências do varejo mundial e cases de sucesso observados neste ano na 101ª edição do Retail’s Big Show, promovido pela NRF (em Nova York), e na 20ª edição do Globalshop (em Las Vegas).
Rodrigues iniciou o encontro falando sobre a abrangência destas feiras e a importância das mesmas para o cenário internacional. A Retail’s Big Show, maior evento mundial do varejo, registrou a presença de mais de 25 mil participantes de 78 países. Focada em tecnologia, a feira contou em sua programação com palestras traduzidas simultaneamente para o português e a inscrição de mais de quatro mil brasileiros. O Globalshop, por sua vez, é uma feira dividida em seis seções relacionadas à indústria do ambiente de loja e tem um foco no varejo como um todo. A participação nos dois eventos permitiu à Rodrigues traçar um panorama dos principais pontos e destacar três tendências observadas: Emotional Tech, Informação e Omnichannel.
“Com a crise nos EUA e na Europa, as redes varejistas diminuíram o tamanho das lojas, buscando rentabilizar o metro quadrado. Com lojas menores e menos produtos, há um espaço de convivência maior e, consequentemente, um maior envolvimento com a marca. Nós da Brainbox criamos a expressão Emotional Tech, que remete principalmente às tecnologias e canais digitais que estão cada vez mais presentes no PDV”, explicou. O designer falou também sobre a loja ideal, a intitulada Loja 3.0, que envolve um conceito, mix de produtos, tecnologia e, sobretudo, equipe bem treinada. “Estamos em um momento de reinvenção do modelo de atendimento, que consiste em um grau de complexidade alto. O carinho pelo serviço como um todo é fundamental para o sucesso das redes varejistas”, disse.
Posso ajudar? Não! – O designer comentou que a frase “Posso ajudar?”, tanto usada no varejo, está caindo em desuso e que as lojas têm investido cada vez mais em aplicativos e outras tecnologias para o auto-serviço e entretenimento. “Apesar do consumidor ainda ter medo de se entregar aos serviços tecnológicos, o ser humano adora inovação. Muitos lojistas já têm compreendido esta necessidade do ‘não me toque’ e há bons exemplos de empresas que investiram em tecnologia para atrair e fidelizar clientes”, comentou. É o caso da Lego Store, onde a criança pode brincar com uma vitrine interativa, e da Duane Read, de Nova Iorque, que disponibilizou um quiosque touch screen da L’Oréal, proporcionando às mulheres a sensação de utilizar o produto de forma digital. Outros exemplos são o da Jame’s Shoe Store, de Miami, onde todos os pares de tênis em exposição têm ao lado o seu próprio iPad com todas as informações necessárias sobre os produtos, e a Nordstrom, loja de departamentos que se tornou um case por apresentar 8,7% de crescimento depois das mudanças, um dos melhores resultados em 2011. A loja renovou a sua imagem apostando na mudança do ambiente de vendas com corredores livres, zonas de descanso e girlfriend room. “A Nordstrom teve uma iniciativa sensacional. Refinou o espaço na área de vendas e investiu nos provadores, transformando este, que normalmente é um ambiente pequeno, em um local charmoso e aconchegante, com sofá, bons espelhos e televisão”, contou Rodrigues. O designer enalteceu a aposta da loja e contou que a maioria das compras não efetivadas no varejo em geral não estão relacionadas à qualidade do produto, mas, principalmente, à irritação com o ambiente, abordagens mal feitas ou filas. “O provador é uma forma de bom atendimento e investir neste espaço é uma estratégia muito boa. Além disso, a loja também criou um aplicativo para e-commerce tão eficiente que também é usado como informação instore durante as compras, tornando-se a primeira rede varejista a integrar o inventário de estoques com o comprador online. Outro diferencial é o oferecimento de wi-fi gratuito, um dos itens básicos para o varejo, e agora estuda posições de recarga para iPads, pensando no conforto dos clientes”, acrescentou. Ainda enfatizando a importância de inovação com os provadores, Rodrigues apresentou os cases da Gap e da Banana Republic, que possuem interfones e mobiliário adaptado para melhor contato entre cliente e lojista; da Anthropologie, onde as consumidoras têm seus nomes escritos na porta dos provadores; e da C.Wonder, que possibilita a personalização do som e das luzes do provador por meio de iPads. “Tudo isso tem um custo muito baixo e um nível de retenção altíssimo. Esta pertinência para o varejo é fundamental, uma vez que é preciso fidelizar o consumidor pela gama de serviços oferecidos”, disse.
Na sequência, o diretor-presidente da Brainbox falou sobre o case da Ralph Lauren, marca extremamente agressiva, moderna, reconhecida não apenas por vender roupas, mas sim por contar histórias por meio do encantamento por elegância. Zeh Henrique passou um vídeo de uma das ações realizadas com projeção 4D na fachada da mansão de propriedade da marca em frente ao Central Park, em Nova York. “O filme era tão real e envolvente que, em determinado momento, quando aparecia a imagem do perfume Polo, a própria essência foi despejada nas pessoas da plateia”, explicou, alertando. “É preciso cuidado, pois o desafio é implantar tecnologias sem perder o toque humano”. Segundo ele, o varejo tem que aproveitar o que tem de melhor e investir em nichos específicos, sempre priorizando times bem treinados que representarão a marca. “Além disso, o que faz uma marca ser grande são os detalhes e não existe sucesso com improvisos”, enfatizou.
Informação e Omnichannel – Para Rodrigues, o mal do século XXI é o excesso de informações e a falta de objetividade. Como exemplo, o fato do ser humano se mover 30% mais rápido do que há 10 anos e o número de produtos lançados no mundo ter aumentado sete vezes a mais do que as vendas por metro quadrado. “O consumidor quer respostas mais diretas e informações claras, o poder do novo varejo se resume ao uso da centralização da informação, principalmente por meio do celular”, falou. O desafio, de acordo com ele, é criar vínculos digitais para um novo comportamento offline, buscando as necessidades do consumidor e trabalhando exclusivamente para que sejam pertinentes no mundo digital. Para exemplificar, Zeh Henrique mostrou o case da Tesco, rede de supermercados da Coréia do Sul que entendeu o perfil de compra do seu cliente e inovou 100% para vencer o desafio de sair da segunda posição e alcançar o primeiro lugar nas vendas sem aumentar o número de lojas físicas. “O coreano detesta fazer compras, então como transformar aquele processo em algo agradável sob o seu ponto de vista? Este desafio foi cumprido assim que a rede conseguiu proporcionar ao consumidor a compra de uma forma diferente”, contou. A primeira iniciativa foi adesivar as paredes de uma estação de metrô da capital com fotos em tamanhos reais de prateleiras com os produtos disponíveis no mercado. Com o celular, as pessoas fotografavam o QR Code do item de interesse e este era automaticamente incluído no carrinho de compras do cliente. O pagamento era efetivado online e a entrega do produto realizada no mesmo dia. “O resultado foi um sucesso, com um sistema de compras fantástico tanto na questão de logística quanto de tecnologia. Eles aumentaram expressivamente o número de vendas e estão muito próximos ao líder, o que mostra o envolvimento máximo de uma marca para mudar a vida do consumidor”, finalizou.
Daniela Weber Licht
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